sábado, 5 de setembro de 2009

MACONDO

Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o Coronel Aureliano Buendía havia de recordar aquela tarde remota em que seu pai o levou para conhecer o gelo. Macondo era então uma aldeia de vinte casas de barro e taquara, construídas à margem de um rio de águas diáfanas que se precipitavam por um leito de pedras polidas, brancas e enormes como ovos pré-históricos. O mundo era tão recente que muitas coisas careciam de nome e para mencioná-las se precisava apontar com o dedo.

Taí algo fantástico! Macondo nasce no meio do nada e quase sem contato com o exterior cresce, prospera e volta a virar nada quando é varrida do mapa por uma tempestade de vento. Melquíades sabia disso! E sabia também do bebê com rabo de porco e da importância das formigas.
Eu não to ficando louco não, como ultimamente, até eu tenho achado. Estou falando de de um lugar que antes de voltar a ser nada, testemunhou feitos e paixões, realidades e absurdos. Um cenário tão vivo quanto seus habitantes, onde a vida é (ou foi) pulsante, cíclica, inédita, e porque não dizer, também solitária. Os Buendía me dariam razão. E tá tudo lá! Na obra do Gabo.
Quando me perguntam qual é meu livro favorito, oscilo entre três. Isso porque essa é uma das tantas perguntas que não gosto de responder. É difícil decidir um só quando tenho três muito particulares. Mas confesso, Cien Años de Soledad, de Gabriel García Márquez, é um deles.
Você já leu? Se não, não faz idéia do que tá perdendo. Deixa de preguiça e lê logo! Você vai entender de bananal, de louco amarrado em árvore e até mesmo de menina que sobe aos céus feito anjo de vento. Tenho certeza que não vai achar estranho se algo lá te parecer familiar.

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