escrevendo o que às vezes não sai falado... "Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir". (Fernando Pessoa)
terça-feira, 7 de maio de 2013
O que ficou...
Ficou muita coisa pra trás.
Faltou muita coisa pra fazer. Muitas risadas para rir. Muitas lágrimas para molhar. Muito choro pra comemorar.
Sobraram momentos pra lembrar. Abraços pra guardar. Carinho pra acalentar.
Ficaram as lições aprendidas. As brigas esquecidas. Os conselhos enraizados.
A lembrança do sorriso vergonhoso. A gargalhada de alegria. Os olhos umedecidos. O até logo no portão. A expectativa da chegada. A espera não cansada.
Sobrou amor, sobraram sonhos. Faltou tempo pra chegar lá.
A imagem vista no final não era pra ter sido.
Os últimos dias não eram pra ter existidos.
Aquelas flores não eram mais bonitas. Aquela madeira não era mais cheirosa. Aquela terra não era do canteiro.
Aquele corpo forte, inerte, ainda ouvia. Pulsava. Lutava. Queria.
Aquele soluço mascarando o choro. Aquele choro escondendo o rosto. Aquela dor sentida.
Não tinha como. Não teve como.
Ficou um vazio. Ficou um cheio. Ficou o amor amado incondicional.
Ficaram os exemplos. Ficou a vida dividida. A vida transfigurada. A vida repartida. A vida em outras vidas. O riso puro, inocente, misturado ao sorriso duro, mas sincero.
Ficou o momento congelado. Ficou a vida vivida. A vida doada. A vida esculpida.
Ficaram desculpas por pedir, promessas pra cumprir, sonhos pra viver.
Ficou a certeza de que tudo valeu a pena.
Ficou a esperança de um dia continuarmos... talvez já estamos continuando.
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