escrevendo o que às vezes não sai falado... "Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir". (Fernando Pessoa)
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
O mundo não cabe no sonho americano
A integração de milhões de chineses e indianos à economia global e a ameaça da mudança climática deixam claro que o mundo não cabe mais no sonho americano do consumo desenfreado, dos carrões e do desperdício. A China se transformou no patinho feio da questão ambiental, com o maior volume de emissões de gases que provocam o efeito estufa, mas os Estados Unidos continuam a ser o maior poluidor quando se considera as emissões per capita de seus habitantes. Cada norte-americano polui quatro vezes mais que um chinês e o dobro de um europeu.
O sonho americano funcionava em um mundo de poucos, no qual o 1,3 bilhão de chineses e o 1,1 bilhão de indianos estavam virtualmente ausentes do mercado de consumo global, em razão da pobreza em que viviam. Quando essa massa que representa 40% da humanidade começa a comprar carros, viajar de avião e produzir a enorme quantidade de lixo associada ao modelo industrial ocidental, fica claro que o mundo terá que inventar outro sonho, muito mais frugal que o americano. Se a China tivesse a mesma proporção de carros por habitante existente hoje nos Estados Unidos, o país teria mais carros do que os que circulam hoje em todo o planeta.
E esse novo sonho terá que ser sonhado também pelos norte-americanos, que até agora se recusaram a assumir qualquer compromisso internacional que limite as suas emissões de gases, que representam cerca de 20% do total. Não é moralmente justificável exigir que os emergentes chineses e indianos adiem suas aspirações de consumo para que os americanos possam continuar a comprar enormes SUVs. Claro que a China também tem enorme responsabilidade na questão do aquecimento global, principalmente em razão de sua grande dependência do carvão para produção de energia. Mais poluente entre os combustíveis fósseis, ele reponde por 70% da matriz energética do país. Mas até agora, os líderes chineses mostraram mais disposição para enfrentar o problema do que os norte-americanos.
A Conferência do Clima que começa hoje em Copenhague traz o desafio de países ricos e pobres chegarem a um acordo sobre as responsabilidades de cada um no combate do aquecimento global. O painel das Nações Unidas que estudou o problema concluiu que os países desenvolvidos precisarão reduzir suas emissões entre 25% e 40% até 2020 em relação ao patamar existente em 1990. A proposta dos Estados Unidos prevê um corte de 17% sobre o nível de 2005, o que equivale a uma diminuição de 4,8% na comparação com 1990. Isso representa menos de um quinto do menor patamar de corte considerado necessário pelo painel das Nações Unidas. Para quem não fez nada até agora é muito pouco, não?
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
blowin' in the wind
terça-feira, 27 de outubro de 2009
MEU PRIMEIRO DEPOIMENTO
domingo, 25 de outubro de 2009
4 x 3 nos véio
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
MEU PRIMEIRO E-MAIL
Lívia
Ciudades Creativas
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
O LUCAS NASCEU
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
NO Limites
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
De SÃO PAULO aos Coríntios
OURO DE TOLO
sábado, 5 de setembro de 2009
MACONDO
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
Filosofia do irmão Fabiano
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
BAR DE BLUES DOS IRMÃOS DE BONGÔ
O show acabou. A inspiração aumentou. A vontade de tomar cerveja era maior e mesmo com o quase esvaziamento do bar, encontramos uma mesa aconchegante e decidimos filosofar sobre a vida. Muitas vezes fizemos isso. Sinto saudades. Não me lembro que banda tocou, nem sobre o que conversamos. O teor alcoólico não fora o responsável por esse esquecimento. A razão foi em função das idéias que ali iriam aflorar. Sempre me lembro daquele gordinho cabeludo, barbudo safado. Meu irmão de bongô. Foram várias risadas na noite e alguns papos deprimidos também. Nos simpatizamos com as duas coisas. E claro, o que de melhor poderia acontecer: planos pro nosso futuro bar de Blues. Um dia seremos sócios. Combinamos isso em tempos de Frango regado a fumaça de tabaco com e trilha sonora da boa. Se era Pink Floyd não sei, mas sei que o ambiente era uma ideal combinação de rock, penumbra e neblina de cigarro. Final de noite, ou começo de manhã, e uma única certeza: esse nosso bar não vai dar lucro. Mas foda-se! O importante é que nós dois iremos sempre freqüentar.
Aqui fica uma homenagem para o grande e inigualável Ademar. Salve, salve, Broy, que só não é perfeito porque não é são paulino. Já tinha escrito isso outro dia. Ia postar por esses dias. Resolvi fazer hoje depois que te vi na rua e conversamos rapidamente. Um grande abraço meu irmão.
17 DE FEVEREIRO DE 2009
sábado, 29 de agosto de 2009
NARIZ VERMELHO
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
PRIMEIRO SEMESTRE DE 2009
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Dia de pedreiro e costureira
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
LUCAS
terça-feira, 4 de agosto de 2009
voltando...
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
4h01
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
OUTRO MAIS...
Deitado pelado pra não amassar a roupa.
Minha bagagem toda ta no aeroporto. Nada de camisa limpa nem um desodorante, nem escova de dente, nem pasta. E mui menos vontade de sair e procurar onde comprar. Frio e dentro de um hotel no aeroporto não são fatores favoráveis pra me animar.
Hoje o dia foi um dos piores de todos. Mas o bom é ter pessoas importantes que conseguem levantar o astral da gente. Agora a noite, a Lívia, o Léo e o Bruno estão me animando no msn.
CONTANDO AS HORAS
Sabe quando a gente passa o tempo olhando para o relógio e contando o tempo para algo que está demorando pra acontecer?
Passei o domingo todo assim. Quase o final de semana todo, mas no domingo foi mais intenso. Não via a hora de chegar segunda feira a noite e desembarcar no Brasil.
Agora, nesse exato momento, começou outra vez. Agora são 20h13. Meu vôo sai amanhã, às 9h30...
PARIS
Pois é! O nome do blog mudou! Acabei de mudar. Graças a neve.
Eu vou explicar. Hoje estou em Paris. Mas não me venha com essa conversa: nossa, qui tuduu! Baah! Eu queria mesmo era estar chegando no Brasil.
Tudo bem. Estou nervoso. Mas não me culpem. Esse mal humor passa.
Quando não se tem muito dinheiro, a gente opta por comprar passagens aéreas mais baratas. E cá estou eu graças a la nieve.
Madrid-Guarulhos, sairia 300 euros mais caro que a conexão Madrid-Paris, Paris-Guarulhos. Seria mais tempo de vôo, eu sabia, mas não me incomodei. Afinal, 300 euros pra mim que não os tenho são importantes. Ou melhor, eram importantes. Hoje não são mais.
Uma nevasca violenta em Paris atrasou o embarque que foi adiado umas três vezes até um total de 2 horas.
Embarquei e o avião não saiu do lugar por mais 2h. Charles de Gaulle estava interditado. Pois é, lá estava eu em Barajas, curtindo um tédio.
Nos últimos três dias não via a hora de embarcar para o Brasil. Estava viajando, fora de Madrid (depois escrevo sobre isso), mas o que mais queria era ver a Lívia, a família e os amigos. A viagem foi bonita, mas o que me encantava mais era a pronta idéia de voltar pra casa. Eu vi várias vezes a cena da Gabi dando risada ao ganhar o regalo que estou levando pra ela de Amsterdam. Vi eu abraçando a Carla e apertando a bochecha. Vi meu pai no aeroporto junto com a Lívia me esperando. Vi os abraços e os beijos. Saudades é foda.
Enfim, o avião decolou e chegamos em Paris com 4h de atraso. Mais meia hora pra se descer do avião porque o ônibus não vinha para o translado. Com medo e ansioso pra tentar um vôo ainda pra hoje, descobri que meu inglês melhora muito em situações extremas... mas qualquer coisa já é uma melhora pra alguém que sempre trava no exercício da conversatition.
Depois de muito stress em uma fila gigante, descobri que não tinha mais vôos pra hoje. Ganhei uma estadia num hotel do caralho, com direito a janta e café da manhã, mas ganhei também uma raiva gigante depois de tentar ligar para o Brasil várias vezes. A empresa aérea me deu um cartão telefônico com créditos de 10 minutos. Tinha planejado ligar 5 minutos pra minha casa e 5 minutos pra Lívia. Mas foram só planos. Nenhum telefone aceitou o código. E tinha somente duas moedas de 10 centavos pra tentar usar o telefone. Lembrei da nota de 50 euros e fui tomar um café pra poder trocar a grana. Isso porque descobri terminais para comprar cartões novos. Mas a máquina só aceita notas de 5 ou 10 euros.
Café tomado, nota trocada. E máquina me engole uma nota de 5 euros e não devolveu mais. Restou pedir para trocar uma outra nota de por moedas que foram usadas em segundos de conversa com o Felipe.
E cá estou eu no hotel. Com vontade de estar chegando no Brasil...
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
terça-feira, 13 de janeiro de 2009
MINHA PRIMEIRA VEZ EM MADRID
A primeira vez minha e do Bruno foi tão emocionante que depois é duro ouvir frases como:
- Nossa, olha só para o tamanho! Como é pequena!
- Que peitos murchos!
Tá bão! Você deve estar pensando besteira de um gaúcho e um são paulino.
Fala sério! Olha pra essa obra prima. Que maravilha esa muñequita de nieve!
Bah tche! Somos machos!
Vou explicar essa confusão e esses trocadilhos toscos: A primeira vez que vimos e sentimos neve caindo nas nossas cabeças. A primeira vez que fizemos uma boneca (ou boneco) de neve!
Depois de tanto entusiasmo, a Lívia, após ver as fotos, disse que nossa boneca era anã. E meu pai, mais tarado, já logo disse que os peitos eram deformados. Falou que mostrou em casa pra todo mundo. Tia e avô tiraram sarro da nossa boneca.
tsc tsc tsc...Eu gostei! =)
Fizemos de uma forma bem brasileira. Conforme aprendemos no inverno de Porto Alegre e do interior de São Paulo.
Fomos pegando neve, pouco a pouco, ora fazendo bolas com a mão, ora juntando com o pé, quase desistindo na base da boneca, colando uns gravetos no chão pra simular a expressão da face, mas persistimos. Foi bom, mira que espetáculo de boneca.
Mas a surpresa veio depois. Andando pelo parque, vimos espanhóis fazendo bolas pequenas e enrolando na neve até elas tomarem forma e massa de boneco. Todos eles muito maior. Mas isso não nos abalou. Nenhum era tão bonito ou charmoso quanto a nossa.
Valeu a experiência!
Foi bom pra você?
EM 3 MESES
Descobri novos e importantes amigos. Poucos, mas especiais.
Senti saudades de uma forma que não sabia que existia.
Senti amor à distância e uma forma que não sabia que existia.
Deu vontade todo dia de ver a Lívia.
Passei alguns dos dias mais felizes da minha vida.
Com certeza, passei alguns dos piores dos piores dias também.
Vi que a solidão às vezes ajuda, mas geralmente machuca.
Senti saudades de velhos amigos.
Tirei minha carteira de identidade de estrangeiro.
Estudei como louco.
Tirei dias de férias por conta própria.
Lembrei como é foda ser pobre e não ter dinhEURO.
Planejei viagens para o Brasil que não deram certo até agora.
Aprendi a tomar banho de pé em um furo.
Senti mais e mais saudades e comecei a ficar deprimido.
Experimentei cervejas da Europa e fiz um blog pra elas.
Ouvi muita música sozinho no quarto.
Passei muitos dias no quarto.
Não vi TV (com exceção dos jogos do São Paulo).
Fortaleci minha convicção de que TV não me faz falta.
Estou estudando muito sobre TVDi.
Acabei de ver que sou ambíguo.
Mas sei também que meu projeto não tem muito a ver com a TV que não me faz falta.
Vi lugares que nunca vou esquecer.
Meu pai me visitou nas férias dele.
Descobri que os planos mudam quando se aparece uma proposta melhor.
Confirmei a certeza que os planos mudam, mas os sentimentos não.
Fiquei feliz com os acontecimentos do início do ano lá do outro lado, na família, no Brasil.
Vi a primeira vez uma parada de Dia de Reis.
Na parada, ouvindo um bêbado do meu lado falar para uma criança: Baltasar me dará una Ferrrrrrraari!
Vi a criança não ligando pro estado dele, só de divertindo muito.
Vi crianças sorrindo e acenarem para os reis no desfile.
Descobri técnica nova: quando se está na multidão, é só levar escada pra ficar mais alto que todo mundo. (se isso fosse feito no Brasil, com certeza voariam latas de cerveja, pedras e tijolos...)
Estou lendo Dostoievski em espanhol graças ao Bruno.
Conversei com a Carla hoje e me deu muitas saudades dela e da Gabi e do Felipe.
Faço academia quase todos os dias.
Continuo dando muita risada mesmo estando triste alguns dias.
Comi mais McDonald’s mais que na minha vida toda.
Vi a maior nevasca da minha vida caindo em frente à minha janela e depois na minha cabeça.
Fiz a primeira boneca de neve anã de peito torto da história.
Participei da primeira guerra de neve da minha vida.
Senti muito frio.
Recebi muitas e muitas boladas de neve.
Acertei também muitas boladas de neve.
Virei madrugadas estudando por não conseguir dormir (como hoje).
Terminei de escrever esse relatório trimestral que tenho certeza que não será aceito pela CAPES... rs.
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
THE LOGICAL SONG
quinta-feira, 1 de janeiro de 2009
1 de Janeiro
Acordei tarde, pouco antes das três da tarde. Falei com a Lívia e meu pai e sai pra comer porque perdi o almoço da Casa do Brasil.
Andando pela rua, pensei: 1 de Janeiro de 2009 e cá estou eu em Madrid.
Dois meses e meio já passados. Para algumas coisas parece que o tempo passou devagar demais, para outras, parece que foi rápido.
Comentei isso agora mesmo com meu pai no msn, depois dele me falar: - Agora que percebi, a data, 1/1. Estamos em janeiro de 2009.
Pois é! Parece que foi ontem que me convidaram pra vir pra cá.
E o pai disse:
- Tava previsto para um dia desde longa data, lembra? A vida é assim, a gente só percebe quando acontece, a demora vai se diluindo no tempo.
...a demora vai se diluindo com o tempo. Esse trecho final da frase ficou na cabeça...