sexta-feira, 24 de agosto de 2012

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Como seria?

Como seria? O menino inseguro cresceu. Não mudou muito nas suas dúvidas e incertezas, mas mudou na forma de agir. Se antes não via responsabilidades além dos seus livros e cadernos, hoje sabe como não é fácil as surpresas do dia a dia. Se antes não sabia como ajudar, hoje tenta fazer o melhor, mas mesmo assim deixa muito a desejar. Algumas perguntas seriam mais fáceis de serem respondidas, mesmo que não tivessem respostas, se pudesse pelo menos saber o que ela estaria achando. Será que aprovaria suas escolhas? Será que ficaria feliz em ver o adulto que cresceu daquele gorducho tímido? Ah! Com certeza iria rir muito com os netos. Dançariam do jeito que tentava fazer o filho dançar. Contariam histórias. Histórias da vida, histórias da Bíblia. Ensinaria para cada um deles como ser persistente. Mostraria que a vida é feita de perdão e abnegação. Ensinaria como ter mais paciência e como renunciar mais fácil. Mas nem sempre o futuro reserva aquilo que a gente espera. O mais díficil é não ter nunca a resposta para dúvidas simples. Dúvidas de como seria tudo se os anjos não a tivessem chamado naquela manhã de domingo. Mesmo ainda cheio de dúvidas, fica a certeza que de que o tempo ameniza as dores, às vezes até parece fazer esquecer. Mas só parece. Porque o que é puro, é eterno. E o que é eterno está sempre presente, já que nunca se foi. 

Poema (Cazuza)