sexta-feira, 24 de junho de 2016

Qual você escolhe?



Esses dias têm me feito pensar. 
Pensar muito.
Tempos de intolerância.
Tempos de construir muros.
Individualidade exacerbada.
Egoísmo maldoso.
Dias onde o meu é mais importante que o nosso.
O Reino Unido decide que não quer mais refugiados e o mundo aplaude.
Se isolar é ser globalizado.
Globalizar é canibalizar. 
Discursos fascitas são considerados éticos.
Extrema direita. 
Extrema esquerda.
E o diálogo? Dialogar pra quê!? Ninguém quer ouvir.
Todo mundo fala. Todos têm razão.
A morte foi banalizada. E a vida também.
O estupro virou piada. 
Coronéis, reis, ditadores. Tudo em nome da moral.
Democracia alijada. 
Minorias? Que minorias? 
Existe minoria?
E a maioria?
Ah! Essa está alienada. Imbecilizada. Enraivecida. 
Não existe minoria quando o umbigo é mais importante.
Crianças morrem na praia e a gente pisoteia. 
Dói. Parece que não queria ter crescido em um mundo que iria se tornar isso.
Ou será que sempre foi assim e eu não enxergava?
Já fui mais otimista
Esses dias têm me feito pensar muito. 
E tenho tido medo das minhas conclusões.
Tenho receio das minhas divagações. 
Receio porque elas podem ser reais.
Elas estão sendo reais... 
Pensar...
Medo... 
Dá medo.
Tenho medo.
Qual pílula você escolhe? 
A vermelha ou a azul?
Pode dormir para sempre, se recolhendo em seus sonhos solitários.
Ou pode abrir os olhos e ver como tudo é de fato.
Pode tentar mudar.
Mudar dá medo. 
Mas dá mais medo deixar tudo como está.