quinta-feira, 7 de outubro de 2010

O curso do rio

Ontem recebi um recado importante. Foi-me dito algo mais ou menos assim: Seja como o rio, que desce montanhas fazendo curvas até atingir seu objetivo. O rio não sabe subir montanhas e não se preocupa com isso, apenas busca o seu destino.
Como não podia ser diferente, essas palavras fizeram com que eu praticasse meu esporte favorito: pensar.
A mensagem me fez entender fatos de extrema importância. Fatos que talvez nunca tivesse analisado por esse prisma.
O rio não tenta subir a montanha simplesmente porque sabe que essa não é a sua natureza. Não luta contra isso, mas tampouco se acomoda. Suas águas sempre correm leito abaixo não por ser mais fácil, mas porque isso faz parte de sua índole, dos seus objetivos. O rio não é passivo porque aprendeu a correr desde jovem, ainda na sua nascente, marcando presença nas terras por onde passou. É forte e sabido. O curso da sua correnteza deixa marcas profundas, quase eternas, no relevo que desbrava. É inteligente, pois sempre soube superar obstáculos, ora transpondo-os, ora achando a melhor forma de contorná-los, sem nunca se esquecer de qual era o seu destino, correndo sempre para o oceano. O rio nunca pensou em não ser rio, mas também não se privou de aprender a correr melhor.
Obrigado pelas palavras. Agora sei que muitas vezes me falta ser rio. 

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