sábado, 29 de novembro de 2008

ÁVILA

Outra cidade declarada Patrimônio da Humanidade. Todo tipo de souvenir tenta vender a imagem da magia presente em Ávila.

Não seria necessário. Basta andar por cima da muralha, datada do século 11, com parte preservada e parte restaurada, para descobrir logo nos primeiros passos toda a mágica lá presente.

Esforço de romanos, mouros e judeus. Cidadãos livres e escravos. Soma de trabalhos seculares para erguer algo que ainda é palpável.

Em vários momentos meu pai me olhava dizendo: "Isso parece coisa de cinema!" Realmente tudo aquilo parecia um grande cenário. Mas confesso que é mais do que isso.

Mesmo com todo o fascínio que a sétima arte exerce naqueles que a apreciam, a experiência real supera tudo o que algumas películas já mostraram.
Bom, seria redundante falar que viajei de novo. Não é novidade. Mas não tem como a máquina do tempo da imaginação não ir parar lá na Idade Média ao circundar a cidade caminhando sobre a muralha.

A imaginação fértil se mescla com histórias já lidas e, como Toledo, Ávila nos leva para longe da realidade.

Na cidade mais alta da Espanha presenciamos um frio danado que entra até nos ossos.

Templos e conventos romanos e renascentistas completam toda a sensação de magia. Palácios e mansões da nobreza castellana se espalham por ruas estreitas e "simpáticas".

Tudo que escrevi e tudo mais que tentar falar sobre o lugar não chega a ser suficiente para representar todo o fascínio que a cidade despertou.
Quero voltar lá também! =)

Outras fotos aqui!

SEGÓVIA

Com aqueoduto romano do século I, de 28 m de altura e quase 15 km de extensão, inúmeras igrejas e diversos palácios medievais, cuja representação mais digna é o Alcázar, Segóvia faz todo aquele que tenta se aventurar entre seu emaranhado de construções, se render à beleza e às recordações intactas de outrora.

Foi preciso se jogar por aquelas ruas sem se preocupar com o horário do trem que
regressaria ao final do dia à Madrid.

Toda a caminhada inicial culminou com a chegada ao Alcázar. Castelo de 1120, erguido sobre um penhasco rochoso, que se impõe logo que avistado de longe. Dono de uma torre de mais de 150 degraus de 40 centímetros de altura, que me fez quase infartar após a subida.

Escada em caracol, corredor apertado, sem paradas pra descanso. Degrau por degrau até a torre.

Antes de continuar, agora, para não magoar muito o meu porte atlético (ele é muito sentimental), preciso dizer que todo mundo quase infarta quando sobe a torre.

Bom, você já deve ter percebido que como bom gordinho escrevi isso para tentar levantar meu ego. Mas o fato é que fiquei aliviado ao parar para olhar todos os valentes e corajosos turistas que se arriscaram e conseguiram terminar o percurso escaleras acima. Ufa!

Não teve um que não chegou bufando. Uns sentando, outros encostando pelos cantos, mas todos, todos, buscando reencontrar o fôlego perdido!

Isso foi bom. Muito bom, diga-se de passagem! Mas não me entendam mal. Não falo pela desgraça dos outros, claro que não, mas para perceber que não só eu e meu pai estamos "um pouqinho acima do peso".

Deixando esse papo de gordo de lado, agora é hora de dizer que depois de sobreviver a uma eminente parada cardíaca, a vista que a torre proporciona de toda a cidade é algo pra lá de compensador.

Depois de fotos e mais fotos, lá fomos nós, agora escaleras abaixo. E, para relembrar a subida, sem direito a paradas pra descanso. Quase seis da tarde e ainda o fluxo de turismo torre acima e torre abaixo ainda era constante.

Nós, rumo a uma cafeteria para buscar algo que esquentasse e ajudasse relaxar o esqueleto. Depois do café por mim tomado e do caldo que meu pai escolhera pra ele, lá iamos, mochila nas costas, agora para pegar o trem que em breve regressaria a Madrid.

Muito bom! Nem vou falar que quero voltar porque você já deve estar sabendo.

Mais fotos, todas elas não, mas muitas, dá pra encontrar nesse link.

EN NAVAVERRADA...

...mostramos que la nieve es helada!

Acho que depois de ler essa frase você ficou com raiva e decidiu fechar o blog.

Mas fizemos isso por inspiração de São Tomé. Colocamos a mão pra ver se era frio mesmo.

Mas nem ia precisar de tanto.

O pé congelava mesmo com bota de couro e duas meias.

As duas calças, as três blusas, o gorro e o cachecol ajudaram até certo ponto, mas não foi suficiente. A luva de couro não permitiu fazer o boneco de neve como eu queria, pois não era suficientemente isolada.

Já tinham nos contado que o frio da neve poderia era algo que nunca tínhamos provado. E com razão.

Dias depois, conversando com gente que já viveu em nossa Porto Alegre e no Canadá, descobri que as roupas do frio que existem no Sul (que para mim, de São Paulo já é forte), não dão proteção na neve do Canadá.

Então, vou ter que voltar com luvas apropriadas pra conseguir fazer um ser com cachecol e nariz de cenoura, igual sempre tive vontade e via nos desenhos.

Lá procuramos uma estação de esqui para alugar roupas. A intenção não era esquiar. Era a de virar bola de neve. =)

Na verdade queríamos mesmo era andar pelo gelo e fazer os ditos bonecos. Mas a casa estava fechada e uma outra estação estava a uns quilometros consideráveis serra acima.

A mais de 1800 m de altura, resolvemos evitar a fadiga e curtir a neve local sem poder fazer guerra de bolas de gelo. Mas com certeza ainda acerto a careca do velho em uma outra oportunidade.

A teimosia de São Tomé não vai mais voltar. Pelo menos não nas neves.

Mais fotos do dia gelado podem ser encontradas nesse álbum.