DESAFORADOS GIGANTES

En esto descubrieron treinta o cuarenta molinos de viento que hay en aquel campo, y así como Don Quijote los vio, dijo a su escudero:

- La ventura va guiando nuestras cosas mejor de lo que acertáramos a desear, porque ves allí, amigo Sancho Panza, donde se descubren treinta o poco más desaforados gigantes con quien pienso hacer batalla y quitarles a todos las vidas, con cuyos despojos comenzaremos a enriquecer, que esta es buena guerra, y es gran servicio de Dios quitar tan mala simiente de sobre la faz de la tierra.

- ¿Que gigantes? - dijo Sancho Panza.

- Aquellos que allí ves - respondió su amo -, de los brazos largos que los suelen tener algunos de casi dos leguas.

Miguel de Cervantes.

Primera Parte, Capítulo VIII de Don Quijote de La Mancha.

Pai, olhando para os moinhos, disse:

- Realmente são gigantes.

Não precisa dizer mais nada. Assim como para com o Caveleiro da Triste Figura, ali nos montes de Consuegra, nossa realidade se mesclava ao imaginário.

Lá e naquele momento, como em qualquer canto dessa península em que já estive nesses poucos dias até hoje, senti muita saudade e falta de Dulcinéia del Toboso (batizada em terras tupiniquins como Lívia =) ...).

Algumas horas se passaram e nós ali caminhando, conversando, fotografando e sempre, sempre sentindo muito frio. Sensação gelada intensificada por um vento que não se cansava de brincar com nossos cachecóis.

Uma manhã toda se passou e a tarde trouxe sua recompensa. Horas por nós dedicadas à luta contra aqueles seres enormes e frios como o vento de La Mancha, culminaram em um dia gratificante. De nada adiantou aquela confiança quase estática dos gélidos gigantes. Não foram páreos para nossa bravura.

Batalha vencida mereciamos agora una ración de queso manchego, acompanhada por um café puro e outro com conhaque.

Depois da fome quase saciada “tomamos” o Rocinante de volta a Toledo. Mas essa é uma história já contada alguns posts abaixo.

Mais fotos da batalha você encontra aqui!