segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Herdeiros são agora da virtude que perdemos

Ontem, em um churrasco entre amigos, conversando sobre tudo, a prosa tomou rumos eleitorais. Como não pode deixar de ser entre pessoas que se preocupam com o futuro. 
É duro constatar que essa não é a realidade de todos, tampouco de muitos. A maioria se diverte, sem o mínimo de repúdio, com a barbárie instalada em nossa campanha política.
A banalidade que tomou conta do horário gratuito, mancha nossa dignidade e fere nossa reputação. Nos chamam de imbecis sem nenhum pudor. A mínima inteligência não é respeitada. 
Confundem futebol, circo, pornografia e estrelato, com algo que deveria ser o assunto mais sério desse período do ano. 
Amigos, estou tomado de profundo amargor. Não poderia ser diferente ao ver e ouvir figuras caricatas tentando piorar o que está ruim. Não se iludam, pior do que está, fica sim!
E não me venha dizer que não gosta de política. Nossa vida é política, nossas relações são políticas. Existem outras formas de protesto que vão além de aceitar a condição imposta de espectadores de um picadeiro bizarro. A nossa chance é agora. Daqui alguns dias estaremos votando. Pensa, reflita e vote com carinho, com o coração. Mas principalmente vote com consciência e não se deixe iludir. 
É triste ver compatriotas pensando que a situação instaurada é normal. 
Como sempre, não tem como não pensar no Lucas e em todos que agora crescem. O futuro deles é nossa responsabilidade. E estamos sendo responsáveis?
O que estamos deixando para nossas crianças? Por enquanto algo como um mundo sem virtudes, com padrões de ética e de moral tão alheios à minha capacidade de entendimento quanto um texto escrito em aramaico culto. Dizem que são novos valores para uma nova sociedade. Digo que é a banalização dos valores graças a novos discernimentos comprometidos.
Queria que fosse diferente. Muitos de vocês também queriam. 
Me aborrece porque da forma como está tenho quase certeza que eu não sou daqui.

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